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De acordo com a NBR 15219/2020 as hipóteses acidentais resultam de um evento acidental que pode afetar a integridade das pessoas e assim resultar em perdas ao patrimônio e/ou danos ao meio ambiente.

Portanto, na elaboração do plano de emergência devem ser consideradas todas as hipóteses acidentais mais frequentes identificadas nas análises e na avaliação das características da planta.

Vale ressaltar que é necessário apresentar as ações preventivas e recomendações de emergências que ajudem a mitigar o perigo das emergências que possam eventualmente ocorrer.

Portanto, para o dimensionamento das hipóteses acidentais sugerimos a utilização da metodologia descrita na Análise Preliminar de Perigo-APP descrita abaixo.

Análise preliminar de perigo

A Análise Preliminar de Perigos – APP utilizada neste artigo é uma técnica desenvolvida pelo departamento de defesa norte-americano (MIL-STD 882-D).

Contudo, esta técnica propicia a identificação e a análise (preliminar ou não) dos potenciais riscos presentes num empreendimento/estabelecimento.

A APP – Análise Preliminar de Perigos busca assim identificar os perigos potenciais decorrentes da instalação de novas unidades, sistemas ou da operação de unidades e sistemas existentes.

E portanto, esta metodologia procura examinar os possíveis eventos identificados, causas, métodos de detecção disponíveis e efeitos sobre ambiente.

Além disso, são sugeridas medidas preventivas e ou mitigadoras dos perigos a fim de se eliminar as causas ou reduzir as consequências dos cenários de acidente identificados.

Na Análise Preliminar de Perigos são levantadas as causas que ocasionam a ocorrência de cada um dos eventos a as suas respectivas consequências.

Categoria de probabilidade, severidade e riscos

Para classificação dos riscos, associados as hipóteses acidentais identificadas nas planilhas da APP, utiliza-se o critério de categorias de probabilidade, severidade e riscos usuais nestes estudos, conforme descrito a seguir:

Categorias de probabilidade

A classificação de probabilidade de ocorrência (ocorrências/ano) das hipóteses de acidentes são definidas com base nas estatísticas de acidentes.

Portanto, os dados de estatísticas de acidentes podem ser retirados de estudos públicos como MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, CETESB, DEPARTMENT FOR TRANSPORT UNITED KINGDON entre outras fontes confiáveis.

Estas probabilidades estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1 – Classificação da probabilidade de ocorrência das hipóteses acidentais:

CategoriaDescriçãoDenominação
AConceitualmente possível, mas extremamente improvável de ocorrer durante a operação do edifício (uma vez a cada 10 anos)Improvável
BEsperado de ocorrer uma vez a cada um ano durante operação do edifícioRemota
CEsperado ocorrer ao menos uma vez por semestreProvável
DEsperado ocorrer ao menos uma vez ao mês durante a operação do edifícioFrequente

FONTE: MIL-STD 882-D

Categoria das severidades

Para efeitos de valoração das consequências, os cenários de acidente foram classificados em categorias de severidade, as quais fornecem uma indicação qualitativa do grau de severidade das consequências de cada cenário identificado, conforme (Tabela 2).

Tabela 2- Classificação da severidade de ocorrência de hipóteses acidentais:

CategoriaDescriçãoDenominação
1Sem danos, ou danos insignificantes á propriedades e/ou ao meio ambiente. Não ocorrem lesões/mortes de funcionários ou de terceiros.Desprezível
2Danos leves á propriedades e/ou ao meio ambiente (os danos são controláveis e/ou de baixo custo de recuperação). Lesões leves em funcionários ou terceirosMarginal
3Danos severos a propriedade e/ou ao meio ambiente, levando a parada ordenada das operações das instalaçõesCrítica
4Danos irreparáveis a propriedade e/ou ao meio ambiente levando a parada desordenada das operações (reparação lenta ou impossível). Provoca mortes ou lesões graves em funcionários ou terceirosCatastrófica

FONTE: MIL-STD 882-D

Risco = Frequência vs. Severidade

Dependendo da disponibilidade de informações, é feita uma avaliação pseudo-quantitativa da frequência de ocorrência do cenário de acidente e assim da severidade das consequências e do risco associado.

Contudo, a combinação das categorias de probabilidade com as de severidade fornecem indicação qualitativa do nível de risco dos cenários identificados para as atividades mais significativas na operação de acoplamento em termos de danos ao meio ambiente, as instalações ou as pessoas.

A matriz de riscos apresentada a seguir classifica os cenários de risco em 5 (cinco) categorias:

I – Risco Desprezível, sendo o risco insignificante e não requerendo esforços adicionais para reduzi-lo;

II – Risco Baixo, sendo as medidas usuais de segurança adotadas suficientes, e não requerendo esforços adicionais para reduzi-lo;

III – Risco Moderado, sendo recomendado o gerenciamento permanente dos riscos;

IV – Risco Sério, devendo ser adotadas medidas para redução da probabilidade de ocorrência e severidade das consequências, bem como para redução de riscos;

V – Risco Crítico, exigindo medidas para redução de riscos a níveis aceitáveis.

Portanto, o emprego das categorias de frequência e severidade juntamente com a matriz de risco (Tabela 1 e Tabela 2) objetiva reduzir ao máximo as subjetividades dos analistas e orientar a execução do PE.

FONTE: MIL-STD 882-D

FONTE: MIL-STD 882-D

Exemplo de cruzamento de dados na matriz

Hipótese acidental: Colisão do veículo com estrutura civil.

Eng. Régis Chrystian - CEO e-Brigada
Eng. Régis Chrystian - CEO e-Brigada

Especialista em Engenharia de Segurança contra incêndios com uma Tecnologia Inovadora.