A busca por um futuro mais sustentável nos trouxe os carros elétricos, mas com eles, surgem desafios inesperados e perigos alarmantes, especialmente quando se trata do transporte em grande escala. O trágico fim do navio Morning Midas, que afundou no Oceano Pacífico com centenas de veículos elétricos a bordo após um incêndio incontrolável, é um lembrete desses riscos.
A verdade é que incêndios envolvendo veículos elétricos são significativamente mais difíceis e perigosos de combater do que os de veículos tradicionais. As condições em um navio cargueiro, com espaços confinados e ventilação limitada, criam um ambiente propício para que o calor se intensifique rapidamente. O revestimento de aço desses navios, que deveria proteger, torna a supressão do fogo e o resgate da tripulação uma tarefa extremamente arriscada.
Quando um carro elétrico pega fogo, o cenário é drasticamente diferente. As chamas não só duram mais tempo, mas também atingem temperaturas muito mais altas. O maior perigo reside na fuga térmica (thermal runaway), um processo onde as baterias de íons de lítio liberam energia de forma descontrolada, causando uma reação em cadeia que espalha o fogo de maneira explosiva e incontrolável. Para se ter uma ideia, incêndios em veículos elétricos podem exigir até 30 mil litros de água para resfriar as baterias e conter as chamas, um volume impensável em alto-mar.
Estamos presenciando a emergência de um desafio tecnológico complexo.
Você compraria um carro elétrico ciente desses desafios?